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caldo verde... oh home forte caldo verde!

Saturday, May 12, 2007

Velhas 2007

De volta ao Faial...
A velha ainda não morreu!


Quando eu era sapateiro
rapaz fino miudeiro
certa velha me abordou

a medir pelo artelho
saia já pelo joelho
a coxa me amostrou

à velha da perna grossa
fiz-lhe ali uma medida
mais uma bota jeitosa
foi pra casa bem servida.
(inspirada num texto de Fernão Silveira, séc. XV)

..........

A vida de sapateiro
não te deu muito dinheiro
não ganhavas pra gastar

botas não sabias muito
mas tinhas o teu intuito
d´umas velhas agarrar

as velhas sentiam pena
não havia outro meio
a clientela era pequena
já em novo eras feio.

...........

Tive muita profissão
aprendi muita lição
coisas que tu não percebes

muitas velhas agarrei
todas elas desfrutei
eram bonitas e imberbes

sei de velhas assanhadas
não duravas um minuto
c´as virilhas bem assadas
chorarias como um puto

.........

Nem cozidas nem assadas
e nem fritas nem grelhadas
gosto das minhas virilhas

essas velhas tem chatos
às tantas uns carrapatos
quero vê-las é a milhas

eu não choro como um puto
não tenho essa qualidade
gosto é de bom producto
e dentro da validade

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Certa velha kamikase
uma noite teve quase
a matar uns três bezerros

sem carta de condução
coduzia em contramão
(não aprende com os erros)

na rotunda da Feteira
mediu mal a curvatura
uma vaca ali à beira
ficou sem a cornadura

........

Dessa velha bem me lembro
foi pa altura de Dezembro
que ela quis casar contigo

E se não me falha a memória
contaste mal essa história
escuta bem o que eu te digo

Na rotunda da Feteira
quem conduzia eras tu
enfiaste-te numa figueira
foi-te o cano de escape ao cu

..........

Tu inventas muita história
és fraquinho da memória
mas animas a plateia

és um homem muito recto
às vezes muito directo
gostas da traseira alheia

conduzes a recuar
não há nada que te escape
estás sempre a falar
de mandar um belo embate.

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