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caldo verde... oh home forte caldo verde!

Monday, January 08, 2007

Constantino lavrador

Constantino cagava sofregamente à luz da vela num pequeno casebre no quintal da sua casa.
Lembrava-se naquele momento do tempo em que não havia papel higiénico e praticamente toda a gente utilizava sabugos de milho que depois de serem usados eram colocados nos buracos, entre as pedras de basalto, para secar e voltar a servir quem deles precisasse.
Constantino ria-se sozinho e dava graças a deus pelo progresso, pois sofria de hemorroidas e o belo do papel higiénico duas folhas com perfume de jasmim atenuava a sua dor.
Tendo terminado de obrar desenrolou dois palmos de papel que se soltaram pelo picotado, perfumando a retrete, dobrou-o ao meio satisfeito e limpou-se. Ao olhar para o papel dobrado não conseguiu suster um grito, pois na mancha ensanguentada viu a cara de Cristo, tal e qual Madalena a tinha visto no pedaço de pano.
Duas horas ou dois minutos ficou ele a olhar pasmado aquele milagre.
Derrepente levantou-se, e correndo com as calças em baixo saiu da retrete e entrou casa adentro gritando aleluia.
Era noite e mais ninguém conseguiu dormir naquela casa durante uma semana.

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